4 equívocos sobre a cosmética regenerativa que você precisa conhecer
- Natália F. Jonas
- 28 de ago.
- 3 min de leitura
Quando falamos em cosmética regenerativa, é comum encontrarmos ideias equivocadas que acabam confundindo quem está começando nesse universo. Hoje quero compartilhar alguns desses equívocos que eu mesma já acreditei — e que provavelmente você também já ouviu por aí — para que possamos juntos fazer escolhas mais conscientes.

1. “Formulações naturais não têm química”
Opa, opa… até a água tem química! A química está em tudo: nos minerais, nas plantas, no nosso corpo. A diferença está na origem dessa química.
Enquanto um cosmético convencional costuma utilizar moléculas sintéticas desenvolvidas em laboratório, a cosmética regenerativa busca trabalhar com matéria-prima de origem natural, aproveitando a complexidade e a sinergia que a natureza já oferece.
Por que isso importa?
Pesquisas mostram que compostos vegetais em sua forma integral, como óleos essenciais e extratos, contêm dezenas (às vezes centenas) de moléculas que atuam em conjunto — potencializando efeitos e reduzindo riscos de toxicidade¹.
2. “Se é vegano, já é sustentável”

Bem que a gente queria que fosse simples assim… mas não é. Um produto pode ser vegano e ainda assim conter fragrâncias sintéticas, corantes artificiais e derivados de petróleo, como óleo mineral ou parafina líquida.
Esses ingredientes:
Não são biodegradáveis
Podem gerar resíduos persistentes no meio ambiente
Podem causar disfunções hormonais e irritações de pele²
📌 Exemplo: um batom vegano feito com parafina líquida não leva ingredientes de origem animal, mas o petróleo de onde ela vem é altamente poluente e não renovável.
3. “Cosmético natural dura menos, então é inferior”
A cosmética regenerativa honra os ciclos da vida. Produtos naturais são ricos em prebióticos, vitaminas e minerais, e por isso não utilizam conservantes sintéticos tóxicos. Isso significa que sua durabilidade pode ser menor, mas não que o produto seja “pior” — pelo contrário, é mais vivo.
Estudos indicam que o uso excessivo de conservantes como parabenos e liberadores de formol está relacionado a distúrbios hormonais³. Ao evitá-los, escolhemos não só proteger a saúde, mas também manter ingredientes ativos mais próximos da sua forma original.
Além disso, cosméticos naturais podem trazer benefícios para o emocional e energético, especialmente quando feitos com plantas aromáticas e óleos essenciais — algo que o produto convencional, inerte e cheio de derivados de petróleo, não pode oferecer.
4. “Só cosmético ultraprocessado com alta tecnologia é eficiente”

O marketing das grandes empresas quer que acreditemos que a eficácia depende de um composto isolado patenteado vindo do outro lado do mundo. Mas a realidade é que, muitas vezes, isso é mais uma questão de interesse econômico do que de real benefício.
🌱 Na natureza, os componentes químicos de uma planta atuam em sinergia. Quando usamos o extrato integral, aproveitamos esse equilíbrio perfeito, algo que se perde ao isolar uma única molécula.
📌 Dado importante: pesquisas em fitoterapia mostram que óleos essenciais e extratos integrais tendem a ter maior eficácia e menos efeitos adversos do que seus componentes isolados, justamente pela ação combinada de várias substâncias bioativas⁴.
Conclusão: Mais que natural, regenerativo
Não basta ser apenas natural. É preciso que o cosmético seja:
Vegano
Sustentável
Produzido com práticas regenerativas
Livre de monoculturas e agrotóxicos
A cosmética regenerativa é um convite para reconectar corpo e planeta, escolhendo produtos que cuidam de nós enquanto devolvem vida à Terra.

💡 Referências:
Bruneton, J. Pharmacognosy, Phytochemistry, Medicinal Plants. Lavoisier, 1999.
United Nations Environment Programme (UNEP) – Relatório sobre poluentes orgânicos persistentes.
Darbre, P.D., Harvey, P.W. (2008). Paraben esters: review of recent studies of endocrine toxicity, absorption, esterase and human exposure. Journal of Applied Toxicology.
Wink, M. (2015). Modes of action of herbal medicines and plant secondary metabolites. Medicines.



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